Fernando de Noronha | A ilha dos 15 anos | Rio Caminhadas.com.br

Fernando de Noronha | A ilha dos 15 anos

Nos demos um descanso merecido e levantamos tarde. Tarde o suficiente para perdermos o horário do café da manhã na pousada. Recorremos ao São Miguel, um restaurante que também fica em frente à rua da pousada e que serve café da manhã self-service. Não é barato, mas serviu bem (R$ 22 para nós dois).  De lá continuamos para o centro histórico da Vila dos Remédios, passamos pelo mesmo mercadinho do dia anterior, abastecemos a mochila (R$ 14,25) e, rua abaixo, conhecemos mais um São Miguel, o Palácio, Sede da Administração de Fernando de Noronha. Descemos para a Praia do Cachorro e ali conhecemos o Buraco do Galego, uma piscina natural do lado direito da praia que vale à pena ir para tirar umas fotos, inclusive as subaquáticas, com os peixes beliscando seus pés 🙂 Saímos dali e no caminho para a Praia do Meio passamos um bom tempo vendo as fragatas sendo alimentadas por peixes jogados por um pescador e algumas crianças. Estacionamos na Praia da Conceição, mergulhamos um tempo e resolvemos que seria mais proveitoso conhecer outro lugar. Subimos a ladeira e esperamos por um ônibus, que demorou. Finalmente quando veio, ainda foi até o Porto, já com nós dois dentro :), e depois para a Praia do Sueste, onde desembarcamos. Essa praia é conhecida por ser um local muito procurado pelas tartarugas. Tubarões e arraias acidentais também são vistos por lá.

Buraco do Galego

Comandando os súditos

Manicure

Lá vem, lá vem…

Strike! 😀

Dori?!

No fluxo

Um bichinho diferente

E mais peixes…

Via expressa

Baía do Sueste

 

A praia é cheia de regras, chegando lá converse com os locais para se informar.

 

Para mergulhar em determinada área é preciso usar colete, alugamos dois (R$ 5 cada) e caímos na água. Muitos peixes, corais, uma moréia e tal… mas nada das tartarugas. Aninha voltou mais cedo para a areia e eu continuei mais pra dentro. Nada das meninas.

 

É possível – e eles estão por ali se oferecendo – contratar um guia para mostrar os melhores locais para ver as estrelas do lugar (R$ 30 por pessoa), achei que não valia, pois a área mais propícia para elas se alimentarem já está demarcada com bóias, basta nadar por ali e contar com a sorte.

 

Também saí da água para voltar depois, nessa segunda investida tive mais sorte. Apareceu uma danada, bem grande. Registrei a raridade do dia, mostrei para a aniversariante, tomamos mais um pouco de sol de fim de tarde e aqui começou a odisséia… Aguardamos mais de uma hora pelo ônibus de volta e nada. Um senhor e um casal também estavam na mesma situação. Perguntei para a Aninha se ela topava uma caminhada. Falou que sim. Adorei! 😀

Uns dormem…

Outros bebem…

Não queria pagar taxi e nem pensamos em carona – prática bem comum na ilha -, já que todos os carros que passavam estavam lotados de turistas. Durante o caminho nenhum ônibus passou!

 

Se você tiver disposição, alugar bicicletas pode ser uma boa opção. Não pesquisamos, mas não deve ser mais caro que locar um buggy. Digo “se tiver disposição” porque as estradas têm boas ladeiras. O certo é que o ônibus não é confiável, não conte cegamente com esse transporte.

Falando em aluguel, em Noronha é possível alugar de um tudo, além do transporte, máscara, snorkel, colete, câmera subaquática e mais alguns item que você um dia pode precisar.

 

Deixamos a Sueste para trás e chegamos à Base do TAMAR, 40 min depois. Ainda era 18h40. Sugeri comermos alguma coisa e esperarmos pelo filme e palestra da noite. A tapiocaria que fica ali perto foi nosso ponto para passarmos o tempo. A tapioca é cara (R$ 7 cada), mas saiu por menos da metade do preço do jantar da noite anterior. Mas aí você vai falar, claaaaaro que tapioca vai sair mais barato que uma refeição… Acompanhadas com suco, comemos 5. Com a gorjeta, deixamos R$ 50 lá.

 

A maioria dos lugares por onde passamos aceitou cartão, mas alguns não. Não há caixas de muitos bancos em Noronha, por isso é bom levar algum dinheiro em espécie para esses casos. Você tem a agência do Santander, e caixas eletrônicos da Caixa Econômica e Bradesco. Além de poder contar com a rede do Banco 24h. Há caixas espalhados por muitos pontos de Noronha, do Aeroporto à Vila dos Remédios, basta perguntar aos locais 😉

 

Tudo na ilha é caro, isso é uma realidade, como disse um dos moradores “Quem tá em Noronha, tá pra gastar ou ganhar dinheiro”. O nosso caso foi o segundo. Se você está lendo isso, deve ser o seu também.

No baticum!

O tempo passou e ouvimos o som do maracatu vindo do anfiteatro do TAMAR. Era um projeto onde qualquer pessoa pode entrar na roda e aprender um pouco da batida. Aninha não quis e ficou me fotografando. Negócio divertidíssimo, recomendo, mesmo se você não tiver jeito com nenhum instrumento, eu não tenho. 😀

O baticum acabou para começar o filme, seguido da palestra, que terminou por volta das 22h. O Guilherme Longo, de Santa Catarina, com os outros integrantes da equipe, mostraram um belo trabalho de pesquisa. Muito interessante. O descanso terminou, uma ladeira nos aguardava. 30 min separou o TAMAR da Pousada. A companhia da noite foi um gato que insistiu em nos seguir durante o trajeto inteiro. Só desgrudou quando seu inimigo natural apareceu e o bichano sumiu. Chegamos em uma pousada deserta e fomos direto para o quarto depositar os corpos que atravessaram quase que a ilha inteira a pé nesse dia.

 

Além das palestras no TAMAR, as noites, para os mais agitados pode ser aproveitada na Vila dos Remédios, o Bar do Cachorro e adjacências é a área mais animada.

 

O último dia acho que foi o mais difícil para levantar. Acordamos às 7h30 e preguiçamos até às 8h… Depois do café da manhã fomos para a difícil tarefa de pegar um ônibus. Nesse dia não passamos no mercadinho, sobraram 3 bananas e meio litro de água. Tava bom! 🙂 No ponto de ônibus encontramos Paulo, um pescador de Recife, que estava ali querendo chegar ao Porto, como nós. Aguardamos enquanto durou o papo e nada de ônibus, Paulo parou um táxi e nos convidou para acompanhá-lo. Aceitamos. No curto trajeto, acho que pouco mais de 5 min, o papo continuou. Ao desembarcar tentei pagar o taxi, Paulo não deixou, nem com muita insistência. Descemos ali e pegamos à direita para o Museu Tubarões, uma loja com várias informações sobre os bichos, esqueletos, mandíbulas, couro e lembranças para aquele presente que você queria dar.

Na direção da praia a atração é o Buraco da Raquel, uma espécie de toca em uma rocha à beira-mar. Há duas versões para a origem do nome, uma diz que Raquel era a filha de um Comandante Militar, que se refugiava ali em suas crises. A outra já fala de uma Raquel namoradeira, que transformava a toca no seu “matadouro”. Vai saber… Olhamos um mapa na parede do Museu e resolvemos seguir uma trilha de onde é possível avistar, em determinados horários, os filhotes de tubarões na pequena enseada. Acho que não estávamos no horário, assim como os golfinhos, os tubarões não apareceram.

Buraco da Raquel

Nessa dá até pra sentir o vento

Não é permitido descer para esse lado da praia. Continuamos a trilha, passamos por alguns mirantes e chegamos ao Centro Cultural Air France, uma oficina onde os artistas locais trabalham, demos uma força e compramos algumas lembranças com a xará da Aninha. Fechamos o circuito e encontramos a Evanise no quiosque de informações ao turista, pegamos um mapa, ela perguntou se tínhamos alguma reclamação. Falamos sobre a conservação das placas nas trilhas e da ausência de algumas. Comentamos também sobre o caso com o ônibus na noite anterior. Ela pediu que preenchêssemos o perfil do visitante com esses pontos. Se, na sua ida, também tiver qualquer reclamação a fazer, preencha esse formulário, é importante!

Queríamos uma praia para mergulhar por ali. Há um naufrágio bem perto da praia do Porto, mas nessa época a área estava sendo dragada. Aceitamos a sugestão da Evanise e fomos para a Praia da Caieira, Aninha não se empolgou ao ver as pedras e o mar agitado. Caminhamos um pouco por lá e a manhã acabou…

Com a informação de que o ônibus estava quebrado, resolvemos completar a pé o restinho da BR-363 que faltava para andarmos. Sob o sol de meio-dia não foi tão rápido quanto às caminhadas noturnas. Meia hora depois estávamos na pousada para um rápido banho antes do almoço. Escolhemos o Ousadia, aquele self-service quase em frente à rua da pousada (R$ 45,20). Arrumamos as malas e Ro chamou um taxi. Chegamos ao aeroporto uma hora antes do embarque.

Bem, o aeroporto é bem pequeno, o que não desculpa para a má conservação. Poucos lugares para sentar em um prédio sem manutenção. Havia um cartaz falando sobre início dos trabalhos pela concessionária, esperamos que terminem logo.

Pro Rio???

Vamos…

 

Sentar no lado direito do avião saindo de Noronha pode render algumas belas fotos aéreas.

 

Desembarcamos em Recife, encontramos Karla que havia ido para João Pessoa e estava retornando pela capital Pernambucana. Beijinhos, abraços, carinhos sem ter fim… Trocamos de avião e quando achávamos que a viagem até o Rio seria feita em três horas tranqüilas, eis que surge um DJ do avião!!! Me surpreendeu que os famigerados DJs do ônibus tenham criado asas. Para alívio geral, a comissária de bordo pediu para que o “Nem” usasse seu fone de ouvido. Você não conhece os “Nem” DJs??? Então veja o vídeo abaixo.

 

Não fizemos todos os passeios, mas o pouco que vimos já foi sensacional. Apenas escolhemos errado o roteiro do segundo dia. A trilha do Mirante dos Golfinhos ao Mirante do Boldró foi o top da viagem, depois daí os outros roteiros perderam um pouco a graça. Nada do que vimos depois se comparou àquele dia, sim, foi ESPETACULAR! 😀

 

O que faltou?

Vou listar aqui outros roteiros que ouvimos falar bem e que vão ficar para uma próxima vez, alguns vão contra nosso instinto anti-turistão, como o passeio de barco e o plana-sub, massss, pode ser que, talvez, quem sabe, nos domestiquemos um pouco e vejamos estes de outra maneira…

 Mergulho livre no naufrágio do Porto: não pudemos fazer, pois a praia estava sendo dragada. Só perguntar por ali onde fica já que não há sinalização com bóias, pelo menos não havia quando estivemos lá.

 Batismo de mergulho: como o próprio nome diz, para quem nunca mergulhou com cilindro e quer conhecer de verdade o mar de Noronha.

 Praia do Atalaia: São 3Km de caminhada (ida e volta) com trechos íngremes, que levam à Praia. É necessário contratar um guia para fazer este passeio, o IBAMA controla os grupos diariamente. Não é permitido usar protetor solar, pois isso afeta o frágil ecossistema local.

 Depois de aprender a surfar, fazer isso na Cacimba do Padre 😉 De janeiro a abril as ondas aparecem por lá.

 Pôr-do-sol do Forte dos Remédios e da Cacimba do Padre: não fomos assistir ao primeiro porque o ônibus não apareceu no dia que estávamos na Praia do Sueste e deixamos de ver no segundo porque não conhecíamos a trilha para sair da praia à noite.

 Madrugar para ver os golfinhos no Mirante: eles costumam aparecer por volta de 6h da manhã, chame um taxi e vá 😉

 Mergulhar nas piscinas da Baía dos Porcos e na Laje no meio da Praia do Sancho: imperdível!

 Passeio de Barco: o que vimos custava R$ 150, achamos caro, mas já incluía o Plana-sub.

 Plana-sub: é uma prancha que fica amarrada atrás de um barco. Você vai segurando na prancha enquanto o barco anda devagarinho para ver o fundo do mar com seus peixes, tartarugas e tudo mais. Assim como o passeio de barco, deve ser agendado com antecedência.

 A tartarugada e a captura das tartarugas: esses foram os que fiquei com mais vontade de fazer. Na primeira você fica de 20h até o amanhecer acompanhando a postura de ovos dos bichos. Na segunda você assiste os biólogos capturarem e fazerem todo o trabalho de medição e marcação.

 

Noronha é um lugar especial, mesmo com o clima de exploração turística, têm conseguido manter muitos locais totalmente preservados. Ou melhor, esse turismo ordenado é o motivo pelo qual ainda hoje esteja tão preservada. Fomos em uma época de baixa temporada e já havia bastante gente, nem quero imaginar aquilo lá nas férias… Sabendo organizar a viagem não sai absurdamente cara, é possível aproveitar muito do que a ilha oferece e voltar pra casa com belas fotos e boas recordações das praias, da gente local e de cada pôr-do-sol de sonho. Não deixe de ir!

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